Inteligência artificial tem sido aliada dos brasileiros no processo de desenvolvimento de responsabilidade financeira.
Diante do avanço tecnológico no qual estamos inseridos, os aplicativos de controle financeiro estão desempenhando um papel fundamental na vida das pessoas, provocando mudanças consideráveis nos hábitos financeiros e permitindo maior autonomia.
Muitas ferramentas que são de fácil acesso e estão disponíveis em smartphones oferecem serviços que vão além do simples registro de despesas, pois permitem também a criação de orçamentos personalizados, alertas de gastos e visões detalhadas sobre receitas e despesas.
O Brasil é o terceiro país que mais instala aplicativos de finanças no mundo. É o que aponta um estudo inédito da AppsFlyer: a pesquisa mostra que, de 2017 a 2019, brasileiros baixaram 4,5 vezes mais apps deste segmento do que todos os outros países pesquisados.
O setor financeiro é uma das áreas que mais tem absorvido o uso de IA e os principais segmentos onde a aplicação dessa tecnologia se faz presente são: investimentos, crédito, relacionamento com o cliente, conformidade regulatória e cibersegurança.
Na área de investimentos, tecnologias de IA podem auxiliar em negociações e em alocação de portfólio. Com modelos de machine learning, existe a possibilidade de fazer uma melhor análise dos dados, ao identificar tendências e captar sinais que muitas vezes passam despercebidos. Dessa forma, os fluxos são otimizados, assim como o gerenciamento de risco.

Entre os principais benefícios do uso da aprendizagem de máquina dentro da área de investimentos, é possível cotar a otimização das análises; a agilidade e dinâmica nas decisões; uma maior eficiência na alocação de portfólio; automação de operações; e, um melhor gerenciamento de liquidez.
Já no quesito crédito, a IA apresenta diversas possibilidades, pois modelos de machine learning aplicados ao mercado de crédito podem reduzir os custos do crédito, facilitando assim o acesso de clientes que não tenham um histórico financeiro longo para apresentar, gerando assim inclusão financeira.
Isso porque a IA tem a capacidade de melhorar os modelos de avaliação de crédito, como também os modelos de gerenciamento de portfólio de empréstimos, o que leva as instituições financeiras a tomarem decisões mais convenientes na direção de seu balanço patrimonial.
O uso de IA na área de crédito pode aprimorar modelos de avaliação de crédito, o que desencadeia uma melhora nos modelos de gerenciamento de empréstimos e também aprimora o modelo de gerenciamento de seguros.
No que se refere ao relacionamento com o cliente, a aplicação de soluções de inteligência artificial prometem melhorar a experiência do usuário ao identificar o perfil de prioridades para oferta de produtos e serviços. No âmbito da conformidade regulatória e cibersegurança, a IA pode aperfeiçoar modelos de segurança e automatizar ferramentas.
Eduardo Amuri é educador financeiro e busca entender como a inteligência financeira pode ser utilizada para melhorar a vida das pessoas. Através de sua página no Instagram, ele disponibiliza diversos materiais explicando sobre o tema.
“Os aplicativos de controle financeiro te dão uma abordagem prática de como monitorar e gerenciar suas finanças, possibilitam o acompanhamento de despesas, análise de padrões de gastos e a criação de orçamentos”, detalha o especialista.

Amauri, que tem dois livros escritos sobre educação financeira — Dinheiro sem medo e Finanças para autônomos — teve suas dicas seguidas pela publicitária Vanessa Miranda, 32. Ela começou a utilizar aplicativos de controle financeiro e a estudar mais sobre o uso da inteligência no controle financeiro.
“Esses aplicativos têm transformado minha vida, eu consigo ter uma visão mais clara e organizada sobre minhas finanças, eu consigo acompanhar meus gastos, estabelecer metas e manter meu orçamento de forma organizada e foi essa praticidade que me trouxe uma sensação de controle e segurança. Isso me permite tomar decisões mais informadas em relação ao meu dinheiro”, detalhou Vanessa.
Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil revela que 46% dos brasileiros não controlam seus orçamentos. De acordo com o estudo, que foi realizado em todas as capitais do país com o apoio da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 45,8% dos entrevistados não realizam controle de seus orçamentos, sendo que 29,3% fazem isso apenas de cabeça, quer dizer, recorrem a um método pouco confiável.
É diante deste cenário que os aplicativos ganham espaço na vida das pessoas, pois eles oferecem não somente conveniência, mas desempenham um papel educativo ao conscientizar as pessoas sobre a importância do planejamento financeiro.
Por isso, esses aplicativos têm se mostrado aliados valiosos na promoção de uma relação mais saudável e consciente com o dinheiro, capacitando os usuários a atingirem seus objetivos financeiros e construírem um futuro mais sólido.
