Existe alguma motivação para a não atração da inteligência artificial na vida humana?

Você faz parte de aproximadamente 34% da população que não confiam na inteligência artificial? De acordo com estudos publicados em outubro de 2023 da revista Scientific American, mais de 30% da população mundial ainda reluta em confiar na IA. Uma das possibilidades para justificar este número ocorre porque as pessoas preferem confiar em especialistas humanos de diversas áreas, mesmo que esses especialistas possam estar equivocados.
A inteligência artificial já demonstrou a capacidade de prever eventos futuros, sendo utilizada por forças policiais para mapear quando e onde crimes provavelmente ocorrerão. Alguns médicos utilizam IA para prever situações de saúde em seus pacientes. Pesquisadores estão até mesmo trabalhando para dotar a IA de imaginação, permitindo que ela possa planejar consequências inesperadas.
A IA está profundamente relacionada à ciência da computação. Pesquisadores e desenvolvedores buscam capacitar máquinas, computadores e programas de dados para realizar tarefas que anteriormente eram associadas principalmente aos seres humanos.
Enquanto algumas pessoas resistem à adoção da IA por medo, desconfiança ou opiniões não fundamentadas, estudos indicam que esse receio muitas vezes está relacionado ao temor de uma substituição total da mão de obra humana por máquinas.
Esse processo de automação baseado em IA pode impactar diferentes áreas de maneiras distintas, resultando em uma preocupação significativa em relação a questões éticas e perda de empregos. Dentro deste cenário é fácil perceber que o avanço tecnológico da IA pode levar à substituição ou à necessidade de requalificação de profissionais em determinadas áreas. O próprio processo de aprendizado humano pode ser fortemente impactado pela IA.
O psicanalista e especialista em comportamento Alexandre Homi de Mello destaca que a inteligência artificial pode causar um atraso no desenvolvimento cognitivo, caso as pessoas optem por buscar respostas de forma mais fácil e rápida. Ele ressalta que a tecnologia deve agregar ao indivíduo, não substituir sua capacidade intelectual.
Além dessas preocupações, há também vozes críticas em relação à manipulação de imagens, o que naturalmente assusta muitas pessoas. O comerciante Edgar Falcão tem 55 anos. De acordo com o próprio, ele é do tempo que se usava telefone para falar com as pessoas. “O que eu estou vendo são pessoas usando o rosto de outras pessoas, botando-as para falar coisas que não foram elas que disseram. Até a gente se confunde quando olha para uma imagem dessa, sem saber se a pessoa realmente falou aquilo ou não. Hoje em dia está mais ou menos desse jeito. Imagine no futuro”, se questiona Edgar justificando o motivo de temer as mudanças que vieram junto com o avanço da tecnologia e da IA.
Essa perspectiva crítica adicional ressalta os desafios éticos em meio ao avanço tecnológico especialmente no que diz respeito à autenticidade das informações e à manipulação digital. Essas preocupações coletivas reforçam a necessidade de uma abordagem cautelosa e reflexiva na adoção e regulamentação da inteligência artificial.
Ouça agora um episódio do nosso podcast para entender mais sobre o assunto.