Conexão e pertencimento: O que é um grupo social? 

Nós, seres humanos, sentimos a necessidade de pertencer a um grupo e interagir com outras pessoas. Imagine você leitor(a) sem o seu grupo? Este grupo pode ser a família, mas pode ir além desta. Grupo de vizinhos, de trabalho, de farra, de fofoca, de exercício, de leitura, entre outros.

Viver em grupo faz parte do ser humano. Basta lembrar do período da covid-19 (em 2020), onde fomos obrigados a ficar distantes, isolados e privados dessa interação social. Como foi negativo ficar isolado e longe das pessoas que amamos.

De acordo com o filósofo sociólogo Émile Durkheim, grupos sociais são um conjunto de indivíduos que compartilham valores, crenças e comportamentos comuns, que se organizam em interações sociais significativas.

Outra definição relevante vem do Max Weber, que destacou que grupos sociais são formados por pessoas que se unem em torno de objetivos ou interesses comuns, podendo ter diferentes níveis de formalidade e organização. Ambos os autores enfatizam que os grupos sociais desempenham um papel central na estruturação da vida social e na construção das identidades individuais e coletivas sem existir limites para esta noção de ressentimento.

Gostar de cinema, por exemplo, fez Camila Magalhães, empresária de 24 anos, se sentir especial por entrar em um grupo de pessoas que admiram a 7ª arte tanto quanto ela. Camila participa de debates no WhatsApp e posta resenhas dos filmes em aplicativos de cinema.

“O cinema é muito mais que entretenimento, é principalmente troca social, trocas de experiências, e conversar sobre filmes, ouvir a opinião das pessoas sobre filmes é uma troca que amo”, compartilha Camila.

Como visto, essa prática de Camila envolve toda uma questão de troca e de compartilhamento e mais importante, ela transforma esta experiência em algo coletivo por ir sempre com o amigos.

De acordo com o doutor em Sociologia, José Afonso Chaves, os grupos sociais são uma das dimensões de vivência das nossas identidades, dos nossos pertencimentos, uma forma da gente fazer valer nossos papeis sociais. O que define o grupo é um compartilhamento entre as mentes, entre as consciências. Ou seja, para existir grupo é preciso que exista uma conexão entre as consciências desses indivíduos.
Significa que essas consciências precisam compartilhar aspectos em comum. “Posso pegar ônibus todo dia com uma pessoa, mas não compartilho nada mais profundo com ela. Então para existir grupo, ou seja, para que essa realidade aconteça, é preciso que haja uma identidade entre os indivíduos”, comenta José.

A presença de grupos sociais é vital para o bem-estar psicológico e social dos indivíduos. Eles oferecem um espaço seguro para a expressão de ideias e sentimentos, promovem a solidariedade e ajudam a construir identidades.

A psicóloga Vyviane Hunka afirma que, pela perspectiva analítica, o sujeito só é sujeito através do outro e assim a interação social é imprescindível: “O sujeito não existe se não estiver esse outro social”, define Vyviane.

As plataformas digitais transformaram a forma como os grupos sociais se organizam e se comunicam. Enquanto alguns utilizam essas ferramentas para criar comunidades inclusivas e promover o diálogo, outros veem a polarização se acentuar. O fenômeno das bolhas informativas é um exemplo claro de como a tecnologia pode tanto conectar quanto isolar.

Segundo Vyviane, a conexão das redes sociais não é uma conexão real e sim imaginária e tudo que não é real, não vai preencher: “As pessoas têm se sentido cada vez mais solitárias porquê de fato elas estão. As pessoas não têm cultivado a solitude”.

Confira aqui uma conversa sobre esse tema:

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